terça-feira, 28 de dezembro de 2010

nos vemos no ano que vem!

O blog teve início em maio, mas os textos começaram alguns meses antes. Ganhei no Natal (2009) – de uma amiga muito especial – uma agenda, e comecei a escrever um diário, detalhando cada momento dos meses de gestação que ainda faltavam. Lá estão os esboços, as frases soltas, os sonhos e os desejos escancarados. O marido, lendo meu diário me falou que eu deveria dizer o que pensava em voz alta – “quem sabe um blog”, ele disse. Faltou-me coragem, mas a idéia não me saiu da mente.
Lembro-me que a coragem veio com o repouso (ironicamente), não podia me levantar para pegar minha agenda preciosa, e tinha apenas o computador ao meu lado. Numa ousadia, entrei no site, e pensei “se o nome que eu quero estiver disponível, eu faço o blog – caso contrário continuo com a agenda”. Digitei “Maternidade para Iniciantes” e... aqui estou eu.
Nestes últimos sete meses aprendi coisas maravilhosas! Não as troco por nada... Pensei que ninguém se interessaria, e que somente o marido daria uma passada ou outra, mas o MPI já recebeu mais de 1900 visitas, pessoas do Brasil, EUA, Canadá, Itália, Espanha, Nova Zelândia e Japão. Nunca imaginei que o blog assumiria essa proporção. E por isso, só tenho a agradecer!
Viveremos novas aventuras, ao menos temos que esperar pelo engatinhar, pelo jantar, nova rotina de sono, os primeiros dentinhos, os primeiros passinhos, o primeiro aniversário, e todo o recheio entre essas descobertas. Quero continuar dividindo todas elas! 2010 foi mais que especial e desejo de coração que 2011 seja tão bom quanto e ainda melhor, não só para mim, pequena e papai, mas para todos que fazem parte de nossa história – seja concretamente, seja virtualmente!
Então este post não é um adeus, mas sim um até logo! Nos vemos no Ano que vem!

sábado, 25 de dezembro de 2010

o Natal

Tinha uma imagem idealizada de como seria nosso primeiro Natal, seria algo parecido com um filme, tudo lindo, com música gostosa tocando, comidinha especial, a pequena brincando, uma coisa maravilhosa! Doce ilusão...
A primeira coisa que ignorei (coisa de mãe iniciante) foi: um bebê - que dorme cedo - tem muita dificuldade para esperar o Papai Noel, e consequentemente dará trabalho por conta do sono tremendo que sentirá.
A segunda coisa que ignorei foi: ela tem apenas seis meses, a véspera do Natal e qualquer outro dia, para ela, são a mesma coisa, não faz difença. E a quebra da rotina a deixou irritada - como qualquer outro bebê ficaria.
A terceira coisa que ignorei - e essa eu já deveria saber de cor - foi: a vida com um bebê não é previsível, temos que estar preparados para tudo.
Na quinta-feira, a pequena começou com febrinha, que persiste até hoje. Na véspera do Natal, amanhecemos no hospital, a avaliação indicou que não há nada que justifique a febre (ótimo isso, né?), a noite passamos com nossas famílias, e com a pequena se contorcendo de sono e irritada. Chegamos em casa tarde, muito tarde, conseguimos colocá-la para dormir mais de duas da manhã, e as seis... Sim, olha a febre de novo!
A minha ilusão natalina foi por água a baixo! Mas foi um Natal Especial, independente dos acontecimentos, antes de mais nada, como mãe iniciante aprendi muito! E depois, foi o primeiro Natal que passamos com ela, e isso já basta! E o mais impotante, é que não foi uma ilusão, foi um Natal Real!
Espero que o seu Natal tenha sido menos tumultuado, mas igualmente especial e real!

FELIZ NATAL!
Mãe Iniciante, Pai Iniciante e Pequena

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

sr. porteirooo

Dia desses, estava dando almoço para a pequena, e comecei a escutar: “Socooorro, Sr. Porteiro, estou presa no elevador!”. A frase se repetiu algumas vezes, e percebi que o meu andar era o palco do espetáculo. Saí correndo, bati no elevador e disse: “Oi, estou aqui, vou te ajudar. Fique calma que já vou abrir o elevador...” A verdade é que não tenho conhecimento nenhum sobre o funcionamento de um elevador, mas precisava acalmar a pequenina que estava gritando cada vez mais alto. No meio da confusão ela me disse: “Tia, eu sou só uma criança e estou presa no elevador! Me ajuda.” Num lampejo – que não sei de onde veio – apertei o botão do elevador como se o estivesse chamando, e as portas se abriram. A menina me deu um abraço apertado de obrigado, e ouviu os passos da mãe (que é minha vizinha da frente), e num piscar de olhos, ela já estava lá embaixo – mas desceu pelas escadas.
foto: conversadeelevador.wordpress.com
Contei tudo isso, porque queria chegar aqui: quando contei para a mãe o que tinha acontecido, ela começou a dar risada e dizer “Bem feito!”, ela me disse que já havia avisado a filha para não ficar brincando no elevador e que ela precisava do que tinha acontecido para aprender. Mãe experiente é outra coisa! Eu provavelmente teria ficado desesperada, saído atrás da minha filha para saber se ela estava bem, mas a mãe experiente reconheceu a oportunidade, divertiu-se com ela e foi terminar o seu banho! Um dia um chego lá!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

hora do almoço

Há alguns dias começamos a rotina com alimentos, primeiro o suco pela manhã, depois de uma semana, iniciamos as frutinhas e hoje foi o dia da primeira papinha salgada! O suco e a fruta foram muito bem recebidos, e confesso que estava morrendo de medo da papa salgada, mais pelo trabalho e por achar que não conseguiria fazer comida de bebê, do que pela aceitação da pequena.
Então o dia começou como sempre, mamadas, suco, soneca relâmpago, mamada e lá foi a mamãe preparar a papinha. Pica a cenoura, o tomatinho, a batata, o alface, a cebola, coloca tudo na panela, dá uma fritadinha, adiciona a pitada de sal, um litro de água e espera secar. Fiz tudo segundo a recomendação da médica. Pequena vem para o cadeirão, coloca o babador, experimenta a primeira colherada e: careta! Mamãe acha fofo e normal... Segunda colherada: bico... Mamãe pensa que ainda é normal... Terceira colherada: o maior berreiro do mundo!
Foi preciso tirá-la do cadeirão, passear pelo apartamento e muita paciência. Depois de acalmados os ânimos, consegui fazer com que ela provasse mais um pouco da papinha, que por fim ela gostou – ao menos não chorou!
A idéia de que fazer comida de bebê era difícil – desapareceu. E descobri que o mais difícil é convencer a pequena de que a comidinha é gostosa e vale a pena! Quem sabe os próximos dias não serão menos traumáticos!

sábado, 11 de dezembro de 2010

a sós

Fiquei sozinha pela primeira vez, Papai e Pequena foram dar um passeio rápido e eu fiquei em casa. E me diverti com o meu comportamento!
Enquanto a preparava para o passeio, meu coração batia acelerado, numa mistura de ansiedade pelo momento de solidão e pela separação. Quando a vi saindo pela porta, um buraco tomou o espaço do meu coração e não sabia como reagir, fui correndo para a janela para vê-la só mais um pouquinho. Quando o carro saiu da minha vista, olhei para o apartamento e o achei estranho, como se faltasse alguma coisa – e na minha primeira experiência a sós, sai procurando desesperadamente por alguma coisa para fazer. Arrumei as coisas que estavam espalhadas, limpei as coisas dela, guardei roupinhas passadas, sentei na frente da televisão e fiquei zapeando. O passeio durou uma hora, foi rápido, mas para mim durou uma eternidade inteira!
Num determinado momento comecei a rir sozinha, lembrando da minha mãe que sofria horrores cada vez que eu e meu irmão saíamos de casa, ela sempre dizia que a casa ficava enorme sem a nossa presença – eu achava um absurdo! E cá estou eu, vivendo o absurdo! Dizem que quando nos tornamos mãe, compreendemos melhor a nossa própria mãe, e o duro é que é verdade!!!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

brilha... brilha...

“As pessoas somente precisam saber que seus olhos brilham quando você as encontra.”

Nossa vida há um bom tempo foi invadida por pessoas virtuais. Acho que isso tudo começou com a era do rádio, depois veio a TV, o telefone, e aí se perdeu o freio: veio o Pager, o celular, a internet, as redes de relacionamento. E cá estamos num mundo real e um virtual, e uma coisa que me intriga de mais é que damos mais valor ao virtual do que ao real.
A frase acima é de uma escritora, que infelizmente não me lembro o nome, mas para o que quero compartilhar o mais importante é o milagre, e não o santo. Pois, quando penso nisto, nesta frase, fico imaginando se as pessoas que amo são capazes de notar que meus olhos brilham quando as vejo. A verdade é que existem mil razões para não demonstrarmos o que sentimos: podemos nos proteger daqueles a quem amamos, mas que não nos amam; podemos dizer que é a correria do dia, ou da quantidade de afazeres; enfim, nenhuma lista do mundo é suficiente para todas as desculpas possíveis. Mas existe uma pequena dentro da minha casa que tem me desafiado no quesito “demonstração de afeto”.
Agora, aos cinco meses, ela tem sido mais expressiva, tem demonstrado mais suas inquietações, curiosidades – e cá entre nós, quando ela começar a andar e falar, estou perdida! E todas as manhãs, quando vou pega-la no berço, ela me presenteia com um sorriso lindo. O sorriso banguela mais perfeito que existe – ao menos pra mim e pro papai. Numa dessas madrugadas ela acordou com febrão – 38,5 – e mesmo assim, ela me recebeu com um sorriso lindo. Para ela, ao menos por enquanto, não existe uma razão que a impeça de demonstrar o brilho do olhar, a alegria em nos ver.
Espero de todo o coração que eu seja capaz de mostrar a ela, todos os dias, que meus olhos brilham quando a vejo – todas as vezes!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

a primeira vez que...

Como mãe de primeira viagem tenho vivido muitas primeiras vezes: a primeira filha, a primeira vacina, a primeira febre, a primeira crise de “ai meu dentinho está incomodando”, e porque não a primeira viagem!
O marido, de tempos em tempos, sofre de crise aguda de "Preciso Ver o Mar", e este ano não foi diferente, honestamente gosto muito dessas crises, pois elas sempre acabam com uma viagenzinha – nem que seja rápida, para o litoral! Acontece que este ano já não somos dois – somos três!
Como boa ansiosa que sou, quase morri durante as duas semanas anteriores ao passeio, fiz quatrocentos e vinte e duas listas de coisas que PRECISAVA levar. Minha lista tinha de fraldas a comidas, de mordedores ao guarda roupas inteiro da pequena. Claro que assustei o pobre marido, com a quantidade de artigos “necessários”, além das mais diversas questões: como dar banho? Onde ela vai dormir? Como farei para amamentar? E se não der para ir à praia?
Conclusão: um dia antes decidimos ir de fato e encarar a viagem. Paramos três vezes para que a pequena pudesse mamar, tivemos apenas um escândalo durante todo o percurso, fomos uma única vez para a praia e não entramos no mar, não passeamos pela cidade, não saímos para jantar, a pequena dormiu conosco – pela primeira vez em toda sua vida, e foi a melhor viagem que já fiz!
A viagem a praia foi como tirar o band-aid de um machucado: foi rápida, um pouco dolorida, mas trouxe um alívio imenso, como se tivéssemos superado uma fase que abriu portas para novas oportunidades para nós! Foi a primeira vez que percebi que os momentos com os quais sonhei para a nossa família estão acontecendo! Foi um desafio, mas foi bom, muito bom!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

o que você sabe com certeza?

Promessa é dívida! E aqui vai o primeiro post!


Dia desses, enquanto dava de mamar para a pequena, passava um programa de entrevistas na televisão e a apresentadora comentava que todo mês escrevia uma coluna cujo tema era “O que eu sei com certeza” – tradução livre de “What I know for sure”. Essa frase ficou me martelando... O que eu sei com tanta convicção? Ultimamente, a única coisa da qual estou convicta é que não sei de mais nada! Pareço vitrola enroscada, toco só “Não sei...”.
Antes do advento da pequena eu era cheia de convicções, acreditava piamente que era uma mulher prática – deu, que bom; não deu, paciência a gente tenta de outro jeito. Parto? Nem me preocupei, se nascer de parto normal, bem! Se não, faço cesárea. Amamentar? Partia do mesmo princípio, se der: ótimo, caso contrário: toma mamadeira, fome não pode passar. Doce engano! Chegando à reta final da gravidez, fiz questão absoluta do parto normal, a toda possibilidade de introdução prematura de alimentos que não o leite materno, minha resposta era chorar compulsivamente sem mesmo compreender que para mim a amamentação exclusiva era tão importante. Minha convicção de que era uma mulher prática e moderna caiu por terra. Sou mais a moda antiga e purista do que imaginava, e isto tem sido uma grande descoberta, além de um grande choque.
Estes últimos quatro meses têm sido de mudanças extremas e, honestamente, não sei mais ser quem eu era; ainda não descobri completamente quem sou e acredito que vou me deparar com “certezas” que nunca imaginei ter. Faz sentido? A vinda da pequena me mudou completamente, e apesar de não saber um monte de coisas, sei ao certo que a amo! Que amo seu sorriso banguela, suas bochechas rosadas, suas mãozinhas gordinhas, seus pés de bisnaguinhas, sua alegria, suas sapequices, e o fato de sua vida nos fazer família. E por hora, é mais que suficiente! E você? Sobre o quê você tem certeza?
(foto: mamãe iniciante)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

sumi... mas voltei!

Oi,
Antes de apresentar as razões do meu chá de sumiço, quero agradecer as visitinha que o MPI recebeu! Muito obrigada pelo carinho. E desde já peço desculpas, mas descobri que algumas coisas fazem o tempo desaparecer de tal maneira que quando nos damos conta o mês já passou!
E em falar em mês, o mês de outubro foi intenso! Aprendi muitas coisas novas, e estou louca de vontade de compartilhar com vocês! Vou contar as manchetes e prometo - PROMETO - escreverei sobre elas assim que possível!
Bom, tivemos uma deliciosa viagem em família - nossa primeira viagem! Tivemos comemorações de aniversário de pequenos mais que especiais, a comemoração do meu aniversário de 5 anos de casada, primeiro dias das crianças, reações mil de vacinas, resfriados, assaduras, fim de licença maternidade, tomada de decisões sobre o futuro profissional e familiar. E com tudo isso, o tempo não passou, na verdade o tempo voou!
As idéias estão todas fervilhando e logo, logo estarei postando novas aventuras desta mãe iniciante!
Beijinhos,
Mãe Iniciante

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

mãe profissional ou profissão mãe?

Antes de a pequena entrar em minha vida, minha rotina profissional era uma loucura, e honestamente me sentia muito orgulhosa por fazer milhares e milhares de coisas ao mesmo tempo. Aliás, essa é uma característica muito forte em mim, sempre faço milhões de coisas, fico exausta, prometo que vou ter mais tempo livre e quando o tenho, preencho-o com mais quatro trilhões de coisas. Enfim, na gravidez quando fiquei de castigo, fui obrigada a viver uma coisa de cada vez, uma semana de cada vez, um dia de cada vez, e comecei a ter mais prazer nessa “vida de roça” e uma espécie de ojeriza da vida que tinha antes.
Ser mãe tem sido minha profissão ultimamente, é um trabalho sem remuneração, horário comercial extenso, pouquíssimo tempo de almoço, sem direito a férias, feriados e finais de semana, muitas vezes é necessário realizar horas extras na madrugada – sem receber adicional noturno, e por incrível que pareça: é o melhor emprego que já tive!
A licença maternidade está acabando, e por mais que as coisas estejam encaminhadas quanto ao que fazer daqui pra frente, o sentimento de estar entre a cruz e a espada é muito forte; pois se me tornar mãe profissional, estarei ficando fora de casa, longe dela o dia todinho, e vou perder os sorrisos da manhã, o chorinho da tarde, as brincadeiras e o rostinho lindo e tranqüilo enquanto mama, outra pessoa vai ver tudo isso em meu lugar, e só de pensar nessa possibilidade começo a chorar. Por outro lado, me sinto culpada, como se jogasse para o alto todo o esforço e empenho que tive na construção da minha carreira.
Essa crise, apesar de apertar meu coração e me desafiar em cada papel que desempenho, tem me ajudado a dimensionar o amor que tenho pela pequena, pela minha família e pelo meu trabalho. Mas e aí? Mãe profissional ou profissão mãe?

(foto: profissaoweb.com)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

conselhos

Hoje, não sei muito bem por que, comecei a lembrar dos conselhos que tenho escutado - acho que as pessoas querem dividir a sabedoria e uma mãe iniciante é um prato cheio, ou melhor, um ouvido cheio para as recomendações.
Ainda na maternidade os “conselheiros” de plantão me informaram que por conta do frio a pequena precisava tomar o Solzinho das 10:00, de repente acharam que o Sol das 8:00 seria melhor, e teve quem achasse que ela não precisaria de Sol nenhum, depois me informaram que ela precisava tomar “banho de susto” (para quem não sabe, como eu não sabia, banho de susto é o ato de assustar o bebê jogando uma tampa de panela na banheira, enquanto a pobre criança toma seu banho!), e me aconselharam interromper a licença maternidade e voltar a trabalhar quando a pequena tinha quinze dias; a verdade é que todo mundo tem uma opinião ou uma solução para o que vivemos. Mas dentre todos os que ouvi, o melhor foi o conselho que uma amiga escutou de outra amiga e contou pra mim: “Siga seu coração!”
No comecinho foi um pouco difícil escutar o coração, afinal a insegurança grita e esperneia dentro da gente que nunca foi mãe. Mas aos poucos – garanto! – o coração começa a falar mais alto. Suas orientações são precisas, e é tão bom quanto um GPS! Sabe aquele manual de instruções que a gente deseja tanto? Sim, é o coração! E cá estou, conhecendo este precioso aliado na aventura deliciosa que é a maternidade; claro que os conselhos são interessantes e divertidos, mas tem sido o coração que tem me ajudado a escolher quais irei seguir!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

vinte e sete mil e trezentos reais

Eis que comecei a sonhar com o aniversário de um aninho da pequena. Eu sei, eu sei, ainda temos nove meses pela frente, mas sonhar faz um bem danado! Então comecei a pesquisar milhares de idéias, e encontrei um blog maravilhoso (que não vou colocar o nome por motivos óbvios!). Na minha inocência solicitei uma estimativa de preço, ressaltando que gostaria de fazer algo simples. Passados alguns dias recebi o fatídico aniversariodapequena.doc... Sim, o valor que está como título deste post, era o valor do orçamento recebido. Minha reação foi cair na risada, afinal a dona do blog só podia estar de gozação! Entrei em contato ainda mais uma vez, na esperança que ela tivesse digitado alguns zeros a mais, mas o valor era esse mesmo! Ah, um detalhe importante que não posso deixar passar: o orçamento era para a decoração! Sem buffet, sem lembrancinhas, sem recreação e todo o resto que uma festinha de criança tem que ter. Apesar do valor ser bastante absurdo para nós, me diverti imaginado o que aconteceria se caso resolvesse seguir adiante, seria algo mais ou menos assim:


CENA 1:
Mãe Iniciante: Olá, boa tarde.
Gerente do Banco: Boa tarde, em que posso ajudá-la?
Mãe Iniciante: É... Então... Eu preciso fazer um empréstimo de R$27.300,00.
Gerente: Sim, claro. A Sra. está comprando um carro?
Mãe Iniciante: Não, na verdade é para a decoração da festa de um aninho da minha filhinha.
Gerente: ... (Fica de cara e não sabe o que responder!)


CENA 2:
Pequena: Mãããããe, passei no vestibulaaaar!!!
Mãe Iniciante: (chorando muito)
Pequena: Mãe, não chora! É uma coisa boa!!! Vou pra faculdade!!!
Mãe Iniciante: Pequena, você não vai poder ir pra faculdade... (agora com a voz embargando)
Pequena: Por quê? (com uma expressão indignada e desacreditando)
Mãe Iniciante: Eu e o seu pai gastamos o dinheiro todo na decoração da sua festa de um ano...


CENA 3 (REAL):
Marido: Alô?
Mãe Iniciante: Oi Amor, a moça me mandou o orçamento...
Marido: Ah, que legal! E aí?
Mãe Iniciante: Ela está cobrando R$27.300,00 pela decoração (dando gargalhadas!)
Marido: Você tá falando sério? Não é possível! (Com tom de indignação)
Mãe Iniciante: Tô sim...
Marido: tu tu tu tu
Mãe Iniciante: Amor? Amor? Amor?
(foto: pt.dreamstime.com)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

mãegaiver

Você se lembra do Macgyver (ou Magaiver para nós brasileiros)? Eu realmente gostava de assistir o programa, afinal o cara era um máximo! Ele pegava uma goma de mascar, um grampo de cabelo, um punhado de terra e BANG! Víamos uma explosão gigantesca que colocava abaixo todo o quartel inimigo. Mas você deve estar se perguntando o que o Magaiver tem a ver com a experiência de ser mãe? Absolutamente tudo! Vou explicar.
A pequena está numa fase gostosa, mas sua atenção ainda é curta, portanto o repertório de brincadeiras precisa ser vasto. E assim como o Magaiver, tenho me percebido realizando proezas indescritíveis para entreter minha nobre platéia; por exemplo: minhas mãos viraram fantoches, maquininha de fazer cócegas e instrumentos de acompanhamento musical. Minha mente que tinha alguma habilidade filosófica e analítica, agora só é capaz de memorizar histórias e músicas infantis, e repeti-las ao ponto da exaustão neuronal! Meu rosto virou parque de diversões, meu colo transformou-se em máquina automática de balanço, e assim por diante... Para meu espanto, fui capaz de fazer a tarefa de lavar louças ser um evento de grande entretenimento, espetáculo este que me rendeu lindos sorrisinhos!
Por isso, acredito que toda mãe é Mãegaiver, pois somos capazes de realizar o impossível com os materiais disponíveis! A diferença entre nós e o Magaiver, é que ele explodia coisas para salvar o dia. Ao passo que nós recebemos sorrisos banguelas e babados para ganhar o dia!

cometários liberados!

Oi,
Quero pedir desculpas pela falta de habilidades internéticas desta blogueira iniciante. Não era possível postar comentários por problemas técnicos na pecinha que montou o blog, ou seja, eu mesma! Mas com a super ajuda do marido, o blog está apto para receber seus comentários... se você quiser comentar é claro!
Então, o espaço está aberto!
Com carinho,
Mãe Iniciante

terça-feira, 17 de agosto de 2010

carta ao ilustre desconhecido

Querido Ilustre Desconhecido,

É verdade, nunca nos encontramos antes; e não quero que tenha uma impressão errada de minha educação. Desejo de todo o coração que nossa relação seja o mais saudável e breve possível, entretanto em algumas situações o percebo bastante invasivo em minha experiência materna, o que pode ocasionar comportamentos ríspidos da minha parte. Assim sendo, escrevo-lhe com a melhor intenção, para que nossos encontros sejam bons. E a fim de auxiliar a compreensão, ofereço alguns exemplos de possíveis entraves.
Ex. 1: Se nos encontrarmos em um pet shop (ou em qualquer outro lugar!), não importa quão linda você ache a pequena, e quantas vezes você diga que lavou a mão; minha resposta sempre será “Não, você não pode pegá-la no colo!”
Ex. 2: Se nosso encontro se der em um fraldário e eu estiver trocando a pequena, não acharei nada simpático se você pegar seu filho(a) mais velho para mostrar a “piriquitinha” SCID (Segundo Comentário de Ilustre Desconhecido) da pequena, simplesmente para que seu filho veja como é diferente, ou ainda, para lembrar sua menininha de que ela já foi deste tamanho.
Ex. 3: Se em um shopping nos encontrarmos, por favor, não diga frases do tipo “Nossa como você é corajosa! Trazer um bebezinho tão petiquinho no shopping... Boa sorte, viu?” - Afinal quando e onde iremos passear com ela, não é decisão sua.
Ex. 4: A pequena não esteve, não está e NUNCA estará a venda! Por isso: não insista!
Ex. 5: Se nos encontrarmos em uma fila e nós estivermos usando o direito de atendimento preferencial, evite olhares inconformados. Caso você nunca tenha tido um bebê, certamente não compreende que minutos são preciosos, pois se o choro começar nem você vai querer ficar por perto.
Tomei a liberdade de usar exemplos reais, pois entendo o quão difícil é lidar de forma adequada com essas situações. Mas acredito piamente que poderemos nos encontrar em paz quando pequenas atitudes de respeito e limite forem adotadas.

Com Carinho,
Mãe Iniciante

terça-feira, 10 de agosto de 2010

rápido, muito rápido...

Hoje coloquei a pequena deitada na minha cama para que eu pudesse trocar de roupa, e enquanto ia de um lado para o outro pegando minhas coisas, percebi que ela estava virando a cabeça, acompanhando cada passo meu, fazendo barulhinhos deliciosos de alegria. Em meio a euforia de mais uma conquista que a pequena alcançou, lá no fundo do meu coração soou um alarme: está passando depressa! Ando absorta em fraldas, mamadas, músicas infantis e brincadeiras, e tem sido difícil ficar atenta aos dias e as horas, e a agilidade dos minutos tem me assustado! Sei que você deve estar pensando: “calma, não sofra por antecipação”; mas a verdade é que estou sofrendo por constatação! O tempo passa; e não tem intenção nenhuma de respeitar o meu desejo de que ele ande vagarosamente. Na verdade sinto que ele tem conspirado com a pequena, que tem mostrado uma pressa enorme de crescer... A estratégia que estou usando para “enganar” o tempo é tentar acompanhar cada momento, vivendo de verdade cada instante, ainda que seja rápido demais, assim não me sinto roubada por ele, mas privilegiada por testemunhar o crescimento da pessoa mais importante da minha vida!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ilustres desconhecidos

É engraçado passear com um bebê no colo, e o mais interessante é que os Ilustres Desconhecidos têm certeza de que você está aberta para conversas. No fim de semana fui ao shopping com a pequena e o meu marido; e veja um exemplo do que tivemos que escutar: na fila do restaurante um senhor (bem senhor mesmo!) chegou perto do carrinho, me olhou e perguntou se ela era minha. Sorri, disse que sim e voltei os olhos para o cardápio, imaginando que ele já havia ido embora, mas na verdade ele continuava lá e me perguntou se estava interessada em vendê-la, explicou que seu sonho é ter uma bisnetinha, mas suas netas só lhe dão bisnetos. Sorri novamente (levando na esportiva) e disse que não, puxei o carrinho mais perto de mim (com um pouco de medo daquela intromissão), prossegui com o menu, e por fim ele foi embora! Convenhamos, um bebê – qualquer que seja – é a coisa mais fofa do mundo, e por mais orgulhosos que os novos papais estejam, não é nada educado abordá-los fazendo comentários desnecessários. Seria maravilhoso se os Ilustres Desconhecidos lembrassem que não fazem parte do círculo de amigos da família, e que se limitassem a sorrir e acenar, evitando qualquer constrangimento. Se não bastasse tudo o que temos que aprender para cuidar de um bebê, é preciso ter um jogo de cintura daqueles para não piorar a situação!
Veja bem, se quero vender a pequena? Essa pergunta não se faz nem de brincadeira...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

amor incondicional

Cresci ouvindo a respeito de um tipo de amor especial, um amor incondicional; mas confesso que sempre achei um pouco fantasioso, uma idéia linda e romântica, como se fosse um belo conto de fadas. Afinal, na vida real somos ensinados que tudo é condicional! Mas a pequena me mostrou que não é bem assim...
Neste domingo que passou, ela aprontou o maior berreiro de toda a sua vida; chorou incessantemente durante quatro horas e meia, e não parava independente de nossos esforços. Eu fiquei angustiada, ao ponto de sentir meu coração batendo em cada pedacinho da minha pele. Experimentei todos os sentimentos possíveis, fui da compaixão à raiva. Oscilava entre querer acalmá-la e o de permanecer o mais distante possível. Em um determinado momento, cheia de desespero, olhei bem para ela e disse: “Não gosto de você quando você fica desse jeito, mas mesmo assim eu te amo.”, na hora não dei muita importância para aquilo; mas hoje, com os ânimos acalmados, comecei a relembrar a noite anterior tentando descobrir o que tinha funcionado e o que deveria melhorar, tentando aprender alguma coisa, e minha frase ecoou. Foi então que percebi que o amor incondicional é real, ele de fato existe! Ainda que ela estivesse agindo de forma incompreensível e da qual eu não gosto, a atitude dela não alterou (e não vai alterar) o que sinto por ela. A idéia de que este tipo de amor seja romântico e fantasioso, caiu por terra; na verdade é o tipo de amor mais real e dolorido que há, porque não importa quão decepcionada ou frustrada eu esteja com o que ela estiver fazendo. Não importa o quanto doa em mim, nada mudará a essência do que ela é: ela é a minha filha, e isto é suficiente para que eu a ame. E assim descobri que existem diferenças profundas entre gostar e amar, uma delas é que gostar é transitório, condicional. Enquanto amar é eterno, e mais importante: é incondicional!

domingo, 18 de julho de 2010

sobre o ciúme...

O post de hoje não é muito bonito, ou romântico, mas quem disse que a maternidade é um mar de rosas? A verdade é que descobri um sentimento inédito – ao menos para mim: o ciúme de mãe! A descoberta veio lentamente, e teve início no instante que ela nasceu.
Algumas pessoas me agradeceram pela minha filha, como se a minha pequena fosse um presente que fiz para alguém, outras vinham me perguntar “como está a nossa princesa?”, e ainda existiram outras que acharam que tinham o direito de exibi-la como se fosse um troféu que elas receberam - e não eu e meu marido, o que é muito pior. Aos poucos me percebi querendo distância do mundo, querendo o isolamento, querendo escolher quem e quando poderiam ver minha filha. Aos poucos entendi que na tentativa de travar algum tipo de relacionamento de intimidade, algumas pessoas acabam disparando o gatilho do ciúme materno, nos fazendo na verdade querer cada vez menos a presença da tal pessoa na rotina e no cotidiano do bebê. Outra coisa que descobri é que o ciúme, faz a mãe querer proteger seus filhos de pessoas indesejadas, a ação é certeira, fatal e muito pouco racional. Algumas pessoas receberam o alvará de aproximação por bom comportamento, outras ainda estão de quarentena. E outras precisam mudar muito para que eu possa colocá-las na quarentena. Sei que com o tempo vou conseguir dividir melhor o “meu brinquedo” e relevar alguns comentários infelizes, mas por enquanto é meu, meu, meu!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

cadê meus superpoderes?

Durante a gravidez me dediquei a buscar o maior número de informações possíveis sobre a maternidade, e a observação atenta do comportamento das minhas amigas que já são mães, fez parte do meu levantamento de dados. Uma das coisas que mais me chamava atenção era que elas pareciam ter superpoderes! Elas eram capazes de prever o futuro; sempre as ouvia dizer “acho que ele está ficando doentinho”, ou ainda “daqui a pouco ela vai ficar chata”. Elas tinham a habilidade de ler pensamentos, traduzindo o sentimento dos pequenos que ainda não conseguiam falar. Tais superpoderes me facinavam e ficava me perguntando se também os receberia; até que ontem a noite, enquanto nos preparávamos para dormir, olhei para meu marido e disse: “ai... ela vai chorar”. Dito e feito! Alguns minutos depois, lá estava a pequena nos nossos braços, e: chorando. Naquele instante descobri que os superpoderes na verdade são uma característica de um relacionamento de intimidade, afinal estou com ela o tempo todo, meu mundo tem girado em torno das necessidades dela, e estou cada dia mais sensível aos sinais que ela me dá. Mas confesso que ainda me sinto desajeitada, em alguns momentos sei exatamente como agir, em outros não e aí fico me perguntando: Cadê meus superpoderes? O que me consola é uma frase do compositor Toquinho: "o certo você saber, errando, errando e errando!" Tadinha da pequena... Mamãe tem aprendido tanto!

terça-feira, 6 de julho de 2010

o segredo de Tostines®...

Há muitos anos atrás havia um comercial de bolacha que dizia “Qual o segredo de Tostines®? Ela é mais fresquinha porque vende mais? Ou vende mais porque é mais fresquinha?”. Confesso que tenho feito essa pergunta o tempo todo, mas adaptando-a a minha realidade: “Qual o segredo de um bebê tranqüilo? O bebê tranqüilo tem uma mãe tranqüila? Ou a mãe tranqüila tem um bebê tranqüilo?”. A verdade é que ainda não sei! Sei apenas que nos dias em que ela está tranqüila, sinto uma paz tremenda! Mas, no instante em que ela começa a chorar (e se for um choro esganiçado... Ai, meu Deus!) toda aquela tranqüilidade que pairava pelo apartamento, pula pela janela e foge; deixando-me com o coração em frangalhos. E tenho a impressão que meu desespero diverte as pessoas ao meu redor, pois ao dividir com alguém que ainda não sei o que fazer, sinto uma risadinha no olhar e no cantinho da boca de quem me ouve. Como se meu ouvinte saboreasse uma bela revanche, ao estilo de “agora é a sua vez”! É ser mãe iniciante não é nada fácil, ainda sim é muito bom! E se você souber a resposta de qualquer um dos segredos, seja da bolacha ou do bebê, por favor, me conta?

sexta-feira, 25 de junho de 2010

respire, apenas respire...

A pequena chegou em nossas vidas no dia 04 de junho. No meio da madrugada fomos para o hospital, poucas horas e muitas dores depois, ela nasceu! Enquanto estava em trabalho de parto, a palavra que mais escutava era “respire”, naquele momento achei que era uma orientação para conseguir passar pelas contrações; mas começo a entender que essa era a orientação mais preciosa que poderiam ter me dado. Assim que cheguei ao quarto na maternidade, ela foi me encontrar e ao vê-la entrando pela porta, linda e calma, vestindo as roupinhas que escolhi e comprei para ela, precisei lembrar que deveria respirar. Quando a enfermeira a colocou em meu colo e me informou que iniciaríamos as mamadas, precisei lembrar que deveria respirar fundo para acreditar que era verdade! Quando saímos do hospital, precisei respirar pausadamente para que pudesse entender que a nossa filha não era mais um sonho, ela estava em meus braços, chegando em nossa casa, completando e alegrando nosso lar. Cada instante é tão intenso e tão delicioso que perco o fôlego... E assim tem sido desde que o trabalho de parto teve início. A cada choro, a cada momento em que não sei o que fazer, a cada sorriso que ela esboça, a cada vez que a vejo nos braços do meu marido, a cada visita a pediatra, a cada instante que me sinto insegura, preciso lembrar o tempo todo: RESPIRE, APENAS RESPIRE.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

sobre a paternidade...

Como mulher, tenho analisado tudo que estamos vivendo, a partir de um ponto de vista feminino – afinal é o único que posso ter genuinamente. Mas estive pensando muito sobre o outro lado, sobre a paternidade... Assim, observei atentamente meu marido, em busca de pistas sobre como deve ser a paternidade para iniciantes...
A primeira conclusão que cheguei é que ser pai, especialmente neste momento que estamos – na gestação – é uma tarefa um tanto subjetiva, pois o único contato de fato que ele pode estabelecer com o bebê é através da minha barriga, e por isso não pode senti-la o tempo todo, como eu. Além disso, ele nunca vai saber como é ter enjôos, desconfortos e um bebê vivendo dentro dele, e ainda assim, precisa fazer um esforço impressionante para compreender pacientemente cada desabafo meu. Isso implica numa capacidade empática fora do comum!
Acho que outro aspecto é abrir mão do ciúme, tão característico da maternidade. Afinal o pai desde o começo tem que aprender que o bebê que é dele, está (ao menos por ora) sob os cuidados da esposa, só depois ambos irão compartilhar essa responsabilidade. E, em falar em responsabilidade, para o homem pesa o papel social do mantenedor do lar, e chegará mais uma vida que dependerá dele.
A maternidade é cheia de nuances, mas observando meu marido, descobri que ele está mudando, assim como eu. Descobrindo uma nova maneira de ser ele: marido, profissional, filho, amigo e pai! Por fim, cheguei a melhor de todas as conclusões, quando é possível viver essa mudança juntos, as nuances de cada lado se tornam mais especiais, afinal não é possível existir um bebê se antes não houver um homem e uma mulher, uma mãe e um pai.

domingo, 23 de maio de 2010

o fim e o começo

Quando chegamos mais próximos do fim, instintivamente começamos a lembrar do início.
Hoje me dei conta de que a vinda da nossa pequena está mais próxima do que nunca! Apesar do susto que tivemos esta semana, somente depois de entrar no boletim do site babycenter foi cair de fato a minha ficha de que não serei mais uma gestante, e que todas as teorias e todo o conhecimento que tentei acumular para encarar a maternidade estarão sendo colocados a prova - a qualquer instante. A frase que me fez encarar a realidade foi: "você está de 36 semanas, ou seja, está na 37ª semana de gestação, no nono e ÚLTIMO mês de gravidez."
Imediatamente comecei a lembrar do momento da decisão, dos meses frustrados, da alegria do teste positivo, da confirmação da gravidez, dos enjoos, dos exames e do acompanhamento minucioso do desenvolvimento do bebê, das 22 semanas de espera para saber se era um menino ou uma menina, de cada preparativo, do chá de bebê, de cada situação inesperada que vivemos...
Nossa! Foram meses intensos, em alguns momentos foram longos e doloridos, em outros foram alegres, repletos de expectativa e muito tranquilos.
E agora tenho a clareza de que foi uma fase, e que como toda a fase na vida, chega ao fim e abre espaço para o início de outra - segundo meu marido, a próxima será mais divertida e surpreendente! Não menos assustadora, mas tão intensa e interessante quanto a que estamos completando.
Com isso, talvez tenha descoberto outro segredo da maternidade: o de não se prender em uma ocasião ou momento, de estar aberta para cada nova etapa; entendendo que cada instante guarda uma surpresa, um crescimento e que para alcançarmos os próximos, precisamos nos despedir daqueles que já superamos.

sábado, 22 de maio de 2010

sentimentos contraditórios...

Na segunda-feira escrevi que tinha tido uma vontade louca de que minha filha nascesse para que eu pudesse mostrar o mundo do lado de fora do nosso apartamento. Acho que ela percebeu e ironicamente na terça-feira fomos surpreendidos com a possibilidade da sua chegada prematura. Durante a consulta de rotina, descobrimos que além de estar em trabalho de parto (que cá entre nós eu nem sabia que estava), este já tinha progredido ao ponto de me encontrar dois centímetros dilatada. A médica optou por interromper o trabalho de parto e tentar mantê-la por mais alguns dias dentro da barriga - para que ela fique um pouco mais gordinha; assim fomos do consultório para o hospital e lá fiquei até sexta-feira.
Foi impressionante a quantidade de sentimentos contraditórios que experimentei – chorava de desespero pelo fato de ela poder nascer prematuramente e necessitar de uma atenção especializada, e ao mesmo tempo chorava porque teria que esperar um pouco mais para conhecê-la. Sorria pela possibilidade de ir para casa com ela nos braços e ao mesmo tempo sorria por saber que ela ficaria mais um tempo protegida. Ela mexia dentro de mim e me emocionava por imaginar que aquela seria a última vez que a sentiria, e instantes depois lembrava que esta cumplicidade que hoje tenho com ela poderia acabar. Por fim, estou em casa com ela na minha barriga, podendo me preparar melhor para o dia D, e só agora percebi que a contradição é parte integrante da maternidade.
Apesar de tudo é bom ter entendido isso, afinal essa minha amizade com a contradição não vai acabar quando minha filha nascer. Aliás, tenho a impressão que só estamos começando!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

o mundo do lado de fora do meu apartamento

Hoje saí de casa pela primeira vez desde terça-feira passada, fui fazer um exame - aliás, parece que está tudo ok! Mas foi muito interessante sair do apartamento depois de tanto tempo ficando quietinha e deitada, chegou a ser engraçado...
Primeiro fiquei emocionada por andar de carro com o meu marido, escutar as músicas que ele estava escutando - precisei me conter para as lágrimas não escorrerem, há necessidade?! Depois notei que o outono realmente chegou, percebi que as folhas de algumas árvores estavam ficando secas e que o céu assumiu aquela cor azul acinzentada linda! Voltando para casa, depois do exame, percebi que pintaram os vasos da entrada do meu prédio.
Fechada no meu apartamento e me comunicando com o mundo real só por vias virtuais, quase me esqueci das coisas especiais que estão fora deste espaço protegido e limitado. Pensando nisso, automaticamente senti uma vontade louca de que minha filha chegue para que eu possa mostrar para ela as coisas simples e lindas que podemos encontrar do lado de fora do nosso apartamento.

sábado, 15 de maio de 2010

tenho a vida inteira para...

Desde janeiro deste ano, essa frase tem me perturbado o sono. Muito habituada a fazer tudo ao mesmo tempo e tentar cumprir todas as responsabilidades (sejam minhas ou que os outros acham que são), fui pega de surpresa no casamento de uma das minhas amigas mais queridas. Em um determinado momento da noite, na qualidade de madrinha da noiva procurei saber se ela estava precisando de alguma coisa e simplesmente perguntei se já tinha jantado; ela me olhou, me deu um sorriso lindo e feliz e respondeu: "Tenho a vida inteira para comer, agora só quero aproveitar a alegria do meu casamento!"
Na época já estava grávida, e fiquei me perguntando quais coisas na minha vida são essenciais, quais posso esperar para fazer e mais importante: será que tenho vivido de forma tão intensa e verdadeira as alegrias da vida? Nem preciso dizer que o momento de maior felicidade da minha amiga, se transformou numa crise existencial para mim.
Até hoje me pego acordando no meio da noite tentando completar a frase "tenho a vida inteira para _____". Aos poucos tenho aprendido a priorizar, tenho perdido o medo de desagradar, e estou descobrindo que dizer "não" acaba sendo natural se o que te pedem não é uma prioridade de fato.
Tenho certeza que esse tem sido um exercício valioso, pois como mãe vou precisar priorizar as atividades com as quais vou me comprometer, as que irei valorizar em favor da minha família; também terei que saber frustrar minha filha para que ela possa aprender a lidar e superar os limites que a vida irá lhe apresentar e sem dúvida nenhuma quero poder viver com profundidade a felicidade de ser mãe desta pessoinha e poder participar da vida dela. Como mulher, esposa, profissional e mãe vou precisar preencher essa lacuna sempre: "tenho a vida inteira para..."
Agradeço todos os dias por ter escutado isso!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

a senhora aceita uma birra antes do café?


Moro num condomínio cheio de crianças, ou será que tem o número normal de crianças para um condomínio e só porque estou grávida reparei na quantidade de crianças? Enfim, essa não é a questão, vou começar de novo!
Moro num condomínio que tem crianças e hoje tive o privilégio de escutar uma birra, protagonizada por um menininho de quatro ou cinco anos, antes do meu café da manhã. O tema era "NÃO QUERO IR PARA A ESCOLA!"
Convenhamos, a criança tem lá suas razões para o belo comportamento matinal, afinal de contas se trata de uma sexta-feira fria (fresca se você estiver grávida como eu!). O pequeno já acordou cedo a semana toda, participou ativamente das pinturas a dedo, das atividades com massa de modelar, do ensaio da festa junina, do judô, do inglês e até dividiu seu brinquedo preferido no parque. Eu entendo, a criança está cansada. E tive a impressão que a mamãe também compreendia todas essas razões, porque no meio dos gritos e do choro desesperado, eu não ouvi a sua voz. Ela (imagino eu) também acordou cedinho a semana toda, aprontou o café, arrumou a lancheira, ficou linda para ir trabalhar, deixou o filho lindo para ir à escola, o levou e depois foi para o trabalho, se mostrou comprometida, dedicada, empenhada, bateu metas, fez compra no supermercado, lavou roupa e louça e tudo o mais... Ela também deve estar cansada. Tenho certeza que nesta sexta-feira fria, ela também estava com vontade de aprontar uma birra com o relógio despertador.
Isso tudo me fez pensar que esta só pode ser uma mãe experiente, porque ela não comprou uma briga por conta da birra, ela compreendeu os dois lados - mesmo sendo um dos lados! Ela aceitou que o adulto na relação mãe e filho é ela, e que a sexta-feira fria era uma ótima oportunidade para ensinar ao filho sobre paciência, tolerância, responsabilidade e autocontrole - ainda que ele venha a entender tudo isso só daqui a alguns anos.
Isso que é mãe experiente, como sou só iniciante torço para um dia chegar lá!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

ela apronta, mas quem fica de castigo sou eu?

Como escrevi no meu primeiro post: estou de repouso absoluto! Já faz sete dias, e precisarei ficar mais sete. O porquê desta condição é que minha filha está querendo nascer antes da hora... De tudo o que ela podia puxar a mim, lógico ela escolheu a ansiedade!!!
Desde o dia 20 de abril, tenho sentido coisas "estranhas" como dificuldade em andar, de sentar, ou mesmo de deitar direito, para minha surpresa estas esquisitices fazem parte da lista de coisas que acontecem com a gente quando o bebê encaixa. Mas claro que para minha pequena ansiosa, o encaixar simplesmente em si não tem tanta graça, ela decidiu que deveria provocar contrações e desconfortos grandes o suficiente para preocupar os pais, a médica e os parentes próximos... Como ainda é pequena (e cá entre nós duvido que para mim, algum dia será grande!), ela precisa esperar um pouco mais para chegar, e te pergunto: como se convence um bebê que ainda não está na hora de nascer? Como fazer isso? Dentre outras coisas: colocando a mãe de castigo!
Agora pense em uma mãe iniciante que não pode ir para o trabalho, que não pode sequer fazer uma comprinha ou outra, nem que seja para o enxoval do bebê, que deve ficar deitada o máximo possível. Imaginou? Esta pessoa tem sido eu pelos últimos dias!
Por enquanto divido meu corpo com ela e sei que ficando de repouso estou fazendo o melhor pela minha filha, mas sei também que essa realidade de ficar de castigo quando ela aprontar alguma coisa não vai se encerrar na saída da maternidade, acredito até que isto será ainda mais presente conforme ela estiver crescendo. Afinal, tenho certeza que em algum momento das nossas vidas, estarei me arrumando para um compromisso que fiquei aguardando meses para comparecer e na hora H, ela vai aprontar uma birra ou algo parecido, e em favor de ensiná-la a ser alguém educada e respeitosa, não vou poder deixar ela ir naquele aniversário que providencialmente era no mesmo horário, estou ciente que terei que me atrasar ou mesmo cancelar o meu compromisso para que ela amadureça e aprenda a lidar com as consequências das ações.
Pois é... Ela apronta, mas quem fica de castigo sou eu também!

o meu e o seu: por enquanto é a mesma coisa

Sou mãe há pouquíssimo tempo, na verdade, por enquanto sou mãe apenas na barriga, mas a experiência da maternidade começou antes mesmo de ficar grávida. E tem me mudado um pouquinho a cada dia, ao ponto de que já não sou mais a mesma que era antes, e a verdade mais pura é que o processo tem sido tão delicado e homeopático que já não sei mais quando a mudança aconteceu. Sei que muitas pessoas não consideram a gestante como mãe
- eu acho que isso chega a ser até um pecado, pois por mais que nos digam que as coisas mudam com a chegada de um bebê, nunca estamos preparadas ou esperando as mudanças de vamos viver a partir do resultado POSITIVO tão desejado.
Quer um exemplo? Antes meu corpo era só meu. Se eu ficasse doente, com fome, com sede ou com qualquer outra coisa, era problema meu! Agora não é mais assim... Não tenho o direito de ignorar nenhum desconforto e preciso resolvê-lo o mais rápido possível, afinal divido o meu corpo, a minha vida (concretamente) com uma pessoa que eu amo, ainda que não tenha sido propriamente apresentada. Apesar deste ser o princípio mais básico da maternidade, posso dizer com tranquilidade que só entendi isso essa semana, sabe de que jeito? Ficando pela segunda vez de repouso absoluto!
Conselho se fosse bom a gente vendia, certo? Mas nesse eu queria ter prestado atenção: cuidar de você realmente é cuidar do seu bebê...