segunda-feira, 26 de julho de 2010

amor incondicional

Cresci ouvindo a respeito de um tipo de amor especial, um amor incondicional; mas confesso que sempre achei um pouco fantasioso, uma idéia linda e romântica, como se fosse um belo conto de fadas. Afinal, na vida real somos ensinados que tudo é condicional! Mas a pequena me mostrou que não é bem assim...
Neste domingo que passou, ela aprontou o maior berreiro de toda a sua vida; chorou incessantemente durante quatro horas e meia, e não parava independente de nossos esforços. Eu fiquei angustiada, ao ponto de sentir meu coração batendo em cada pedacinho da minha pele. Experimentei todos os sentimentos possíveis, fui da compaixão à raiva. Oscilava entre querer acalmá-la e o de permanecer o mais distante possível. Em um determinado momento, cheia de desespero, olhei bem para ela e disse: “Não gosto de você quando você fica desse jeito, mas mesmo assim eu te amo.”, na hora não dei muita importância para aquilo; mas hoje, com os ânimos acalmados, comecei a relembrar a noite anterior tentando descobrir o que tinha funcionado e o que deveria melhorar, tentando aprender alguma coisa, e minha frase ecoou. Foi então que percebi que o amor incondicional é real, ele de fato existe! Ainda que ela estivesse agindo de forma incompreensível e da qual eu não gosto, a atitude dela não alterou (e não vai alterar) o que sinto por ela. A idéia de que este tipo de amor seja romântico e fantasioso, caiu por terra; na verdade é o tipo de amor mais real e dolorido que há, porque não importa quão decepcionada ou frustrada eu esteja com o que ela estiver fazendo. Não importa o quanto doa em mim, nada mudará a essência do que ela é: ela é a minha filha, e isto é suficiente para que eu a ame. E assim descobri que existem diferenças profundas entre gostar e amar, uma delas é que gostar é transitório, condicional. Enquanto amar é eterno, e mais importante: é incondicional!

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