sábado, 22 de maio de 2010

sentimentos contraditórios...

Na segunda-feira escrevi que tinha tido uma vontade louca de que minha filha nascesse para que eu pudesse mostrar o mundo do lado de fora do nosso apartamento. Acho que ela percebeu e ironicamente na terça-feira fomos surpreendidos com a possibilidade da sua chegada prematura. Durante a consulta de rotina, descobrimos que além de estar em trabalho de parto (que cá entre nós eu nem sabia que estava), este já tinha progredido ao ponto de me encontrar dois centímetros dilatada. A médica optou por interromper o trabalho de parto e tentar mantê-la por mais alguns dias dentro da barriga - para que ela fique um pouco mais gordinha; assim fomos do consultório para o hospital e lá fiquei até sexta-feira.
Foi impressionante a quantidade de sentimentos contraditórios que experimentei – chorava de desespero pelo fato de ela poder nascer prematuramente e necessitar de uma atenção especializada, e ao mesmo tempo chorava porque teria que esperar um pouco mais para conhecê-la. Sorria pela possibilidade de ir para casa com ela nos braços e ao mesmo tempo sorria por saber que ela ficaria mais um tempo protegida. Ela mexia dentro de mim e me emocionava por imaginar que aquela seria a última vez que a sentiria, e instantes depois lembrava que esta cumplicidade que hoje tenho com ela poderia acabar. Por fim, estou em casa com ela na minha barriga, podendo me preparar melhor para o dia D, e só agora percebi que a contradição é parte integrante da maternidade.
Apesar de tudo é bom ter entendido isso, afinal essa minha amizade com a contradição não vai acabar quando minha filha nascer. Aliás, tenho a impressão que só estamos começando!

Nenhum comentário:

Postar um comentário