terça-feira, 6 de dezembro de 2011

achados e perdidos

Sinto muito pelo silêncio, mas quem me conhece sabe que em meio a um turbilhão de acontecimentos o meu piloto automático é quieto (não confunda com tranquilo, ok? Ansiedade nas alturas!), tentando encontrar a ordem das coisas. Não, por favor não pense que já está tudo nos eixos, muito pelo contrário, mas já está no eixo suficiente para começar a tagarelar novamente. E senta que lá vem história!
Você já perdeu alguma coisa? Isso mesmo! Com certeza em algum momento você já deve ter perdido algo, pois bem, lembre-se do exato sentimento de desespero de não imaginar onde foi que você esteve com o objeto em questão pela última vez... Lembrou? Guarda ele aí!
Gosto de pensar que sou uma pessoa organizada, não sou neurótica e não vivo para isso, mas tento manter a casa e vida dentro de uma ordem, e isso é bastante desafiador quando se tem um furacão de 80 cm, um ano e meio, em um apartamento de 69,5m², num condomínio com quase nenhuma opção de lazer.
Um dia desses, depois de ter arrumado o apartamento pela milésima vez, olhei bem para a pequena e falei: "Ó filha, chega! A mamãe não aguenta mais por hoje... Vai ficar assim mesmo e eu vou ver TV com você, combinado?" E sentei no chão, rodeada de livros, ursos, brinquedos, peças de montar e tudo o mais que tinha direito. A pequena me olhou com uma carinha de pena, levantou e começou a arrumar as coisas ela mesma (e do jeito dela). Eu fiquei sentada por uns minutos só observando a cena, então por pura curiosidade me levantei e fui ver a arrumação.
No chão do banheiro ela colocou delicadamente a almofada do sofá, em cima do criado mudo do meu quarto, ela arrumou perfeitamente o sapato que o papai tinha deixado ao lado da cama, na cozinha dentro de um pote, estava o meu relógio, e a chave do carro? Ah, lembra daquele sentimento que eu tinha pedido para você lembrar? Use-o agora!
"Filha, onde você colocou a chave do carro?"... silêncio... "Filha, é importante, mostra para a mamãe onde esta a chave do carro." - A pequena olha, olha e solta um "Ah piiii, buiaga... Digun, digum... Cumtá!" e aponta para todos os lados. E durante a busca pela chave, eu encontrei objetos que nem imaginava que poderiam estar ali... Uma chupeta (que ela não chupa, mas oferece para todos os personagens daqui de casa) dentro de um sapato que estava guardado dentro da sapateira, uma colher de pau - na caixa de brinquedos, canetas e lápis de cor em todos os cantinhos da casa.
Foram necessárias 72 horas para que as buscas fossem encerradas e o caso da chave guardada foi solucionado, pois a bonitinha tinha achado um lugar fantástico para as chaves: atrás da cômoda de trocar fralda! Não é um lugar excelente?
Ela a cada dia tem mostrado um jeitinho mais criança, ela tem deixado o jeito de bebê e tem se transformado em uma menina incrível, e eu fico aqui observando, lidando com o caos e com a minha mais nova ocupação: Gerente do Departamento de Achados e Perdidos da Família Oliveira!

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