sexta-feira, 18 de março de 2016

carta 2

Oi Filha,

Tudo bem? 
Faz tempo que estou querendo te escrever. 
Muito tempo, mesmo.
Tenho tanto para te falar. 
E é tanto, sobre tantas coisas.
Mas vou escolher um tema só. 
Hoje quero te contar um pouquinho sobre mim.
E de pouco em pouco, quando fizer sentido, compartilho outros quereres.
Eu tenho me esforçado para te oferecer todas as condições necessárias para você crescer e ser feliz.
E Deus sabe o quanto isso é importante para mim.
Nesse processo de lutar por você, de lutar por nossa família, de lutar pelos nossos sonhos (e estou usando lutar no sentido de trabalhar, de esmero, de zelo, de cuidado e amor profundo), eu acabo me perdendo. 
Meu foco é tão intenso nesse propósito, que facilmente me esqueço de sorrir, de aproveitar e de ser leve com o momento que estamos vivendo. 
Como a gente brinca aqui em casa, eu viro um tratorzinho. Uma teimosa. Escutando de menos. Mandando demais.
Mas mesmo a minha feiura - e é feia sim, reconheço. 
É uma feiura que brota do meu amor por você, pelo papai, pelo nosso lar, por quem nós somos.
Não é porque a feiura nasceu no amor, que posso considera-la correta. 
E quero que saiba, que estou trabalhando para corrigir a minha feiura.
Quero te ouvir mais, porque tudo o que você escolhe dizer é tão especial... mesmo quando você escolhe ter os ataques de bobura, que são o primeiro sinal de que minha feiura se instalou. 
Eu sei que os ataques de bobura são o seu jeito te me lembrar que eu esqueci de sorrir.
O que mais quero é encontrar o equilíbrio, para aproveitar nosso tempo que é tão curto, passa tão rápido, e que são extremamente preciosos para mim.
Logo eu chego, lá. 
Obrigada por ter paciência comigo.

Eu te amo, sempre e mais.
Mamãe





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