Antes da pequena nascer, eu ansiava pelo final de semana e pelas férias.
Gostava, ou melhor, me encontrava na quebra da rotina, buscava o descanso da semana agitada na manhã preguiçosa do sábado.
A pequena nasceu numa sexta, nós tivemos alta do hospital num domingo. E portanto, minha cabeça que já estava habituada a pensar assim, entendeu que o trabalho de mãe começou oficialmente na segunda. Afinal chegamos em casa com o domingo quase por acabar.
Eis que passou a primeira semana.
Chegou a sexta e meu coração queimava por um descanso, porque mesmo tendo uma rotina agitada (bastante agitada) nunca tinha experimentado um cansaço tão grande.
E a noite da sexta passou.
Amanheceu o sábado e ele foi "igual que nem" os outros dias da semana.
E amanheceu o domingo, e ele repetiu a proeza do sábado.
Achei que era o começo da vida de mãe, que logo passaria.
Não passou.
Voltei a trabalhar, mas escolhi recomeçar aos finais de semana.
Pareceu mais lógico, pois os dias estavam todos iguais, tanto fazia recomeçar na segunda ou no sábado.
E chegaram as primeiras férias.
E surpreendentemente, nada mudou.
A não ser pela briga com o relógio que deu uma trégua.
Cada período de férias escolares trouxeram um desafio novo, uns eram relacionados à apresentar atividades culturais, outros a criar experiências bonitas em casa.
Cada qual com sua beleza e dureza.
E agora, meu desafio novo é conciliar trabalho e férias.
Férias dela, e pseudoférias para mim.
E hoje além das minhas cobranças internas de ser uma boa mãe, existem cobranças externas partindo da pequena: Mamãe, quero ir ao teatro. Ou: Mamãe, quero passear. Ainda: Mamãe, brinca comigo.
E eu em meio a textos científicos, leituras e escritas fico assim como fiquei há cinco anos atrás: com dias iguais.
Pelo menos são dias coloridos, o relógio só me dá bronca a meia noite e só quando ele observa que uma atividade consumiu mais tempo do que o planejado. Não fica no meu pé de hora em hora.
Mas por hora (com o perdão do trocadilho) já está bom.
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