Meu tema de reflexão dos últimos meses anda sendo: que alvo de maternidade tenho buscado? Parece complexo - e de fato é, mas pensar sobre isso tem um impacto prático nos meus dias. Tudo começou com umas fotos engraçadas no facebook, que mostram como as pessoas acham que é ser mãe, como a família acha que é, como o pai... e no fim mostra como é de verdade... E não é só para as situações maternas que existe essa brincadeira, tem de monte.
Isso me provocou as ideias, e comecei a pensar e pensar e pensar... Como é que nos dizem que devemos ser mães? Comecei a ler um livro muito legal, que se chama "A culpa é da mãe" - divertidíssimo, a autora conta sobre a experiência materna da sua avó, da sua mãe e de como ela mesma é mãe, e fui percebendo que em cada época o conhecimento sobre o desenvolvimento humano era de um jeito, que as cobranças sociais eram outras, que as expectativas quanto ao futuro também eram outras. Isso não significa que eram melhores, ou que a nossa é melhor. Eram apenas diferentes.
Mas cá estou eu, uma geração depois da autora do livro (que hoje já é avó), e tenho me perguntado como é que hoje me pedem para ser mãe... E consigo pensar em algumas coisas:
1. Hoje mãe precisa ser inesgotável. A partir das orientações dos profissionais, quando o nenê nasce você tem que ficar a disposição da amamentação, da confecção da papinha, do estímulo cognitivo, social, motor e isso só pensando na relação com a criança.
2. Hoje você não pode se descuidar. Jamais alguém pensa que uma mãe é feliz se ela estiver com a aparência desleixada, de jeito nenhum. Boa mãe está sempre arrumada, de roupa limpa, de cara descansada e feliz - e de preferência: MAGRA!
3. Hoje não tem meio termo profissional: ou você é uma mãe egoísta e trabalha, ou você é uma esposa folgada e não ajuda financeiramente em casa. Ah, tem uma terceira opção: se você tenta conciliar o trabalho no horário da escola dos filhos, você não trabalha, você tem uma distração.
4. Hoje você não pode esquecer que antes de ser mãe, você é mulher. Seu marido não pode perder o interesse em você, então depois de você ter acordado 5 vezes na madrugada, ter dado de mamar 12 vezes no dia, caminhado uma hora da esteira com a criança pendurada em você, depois de você ter feito papinha, almoço de gente grande, limpado, lavado, dado banho, estimulado, trabalhado... Você ainda tem que ter pique para ir para um jantar romântico, conversas profundas e juras de amor.
5. Hoje você não pode esquecer da vida social, afinal de contas é vendo que você é tem amigos que seus filhos perceberão o quanto é divertido manter amizades, vão desenvolver as tão desejadas habilidades sociais.
6. Hoje em dia você não pode explodir de raiva e frustração na educação do(s) seu(s) filhos. Afinal de contas esse é um modelo negativo, prejudicial a saúde emocional, e você não pode se frustar porque você é adulto e já sabia que crianças davam trabalho.
Acontece, gente, que esse modelo que nos pedem hoje, não é nenhum pouco humano. Na real, só Deus é capaz... Por isso tenho pensado, que mãe tenho sido, quais cobranças tenho feito a mim, a minha família, o que realmente vale a pena, o que eu preciso esquecer e ajustar. Não dá pra ser super, nem divina, posso ser só eu? Humana, cansada e imperfeita? E se der tudo certo, venho falar disso mais um pouco!
Beijos
Um comentário:
Ehhhhhhhhhhhhh!!!! Vc voltou!!!!!!!! E como hein?! É isso ai, ser mãe ainda é uma ciência a ser muito pesquisada pois cada uma tem e escreve sua teoria. O que vale mesmo é aquilo que é certo para você e para seus pequenos. O resto é resto. Difícil né?!!!
Postar um comentário