terça-feira, 23 de novembro de 2010

brilha... brilha...

“As pessoas somente precisam saber que seus olhos brilham quando você as encontra.”

Nossa vida há um bom tempo foi invadida por pessoas virtuais. Acho que isso tudo começou com a era do rádio, depois veio a TV, o telefone, e aí se perdeu o freio: veio o Pager, o celular, a internet, as redes de relacionamento. E cá estamos num mundo real e um virtual, e uma coisa que me intriga de mais é que damos mais valor ao virtual do que ao real.
A frase acima é de uma escritora, que infelizmente não me lembro o nome, mas para o que quero compartilhar o mais importante é o milagre, e não o santo. Pois, quando penso nisto, nesta frase, fico imaginando se as pessoas que amo são capazes de notar que meus olhos brilham quando as vejo. A verdade é que existem mil razões para não demonstrarmos o que sentimos: podemos nos proteger daqueles a quem amamos, mas que não nos amam; podemos dizer que é a correria do dia, ou da quantidade de afazeres; enfim, nenhuma lista do mundo é suficiente para todas as desculpas possíveis. Mas existe uma pequena dentro da minha casa que tem me desafiado no quesito “demonstração de afeto”.
Agora, aos cinco meses, ela tem sido mais expressiva, tem demonstrado mais suas inquietações, curiosidades – e cá entre nós, quando ela começar a andar e falar, estou perdida! E todas as manhãs, quando vou pega-la no berço, ela me presenteia com um sorriso lindo. O sorriso banguela mais perfeito que existe – ao menos pra mim e pro papai. Numa dessas madrugadas ela acordou com febrão – 38,5 – e mesmo assim, ela me recebeu com um sorriso lindo. Para ela, ao menos por enquanto, não existe uma razão que a impeça de demonstrar o brilho do olhar, a alegria em nos ver.
Espero de todo o coração que eu seja capaz de mostrar a ela, todos os dias, que meus olhos brilham quando a vejo – todas as vezes!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

a primeira vez que...

Como mãe de primeira viagem tenho vivido muitas primeiras vezes: a primeira filha, a primeira vacina, a primeira febre, a primeira crise de “ai meu dentinho está incomodando”, e porque não a primeira viagem!
O marido, de tempos em tempos, sofre de crise aguda de "Preciso Ver o Mar", e este ano não foi diferente, honestamente gosto muito dessas crises, pois elas sempre acabam com uma viagenzinha – nem que seja rápida, para o litoral! Acontece que este ano já não somos dois – somos três!
Como boa ansiosa que sou, quase morri durante as duas semanas anteriores ao passeio, fiz quatrocentos e vinte e duas listas de coisas que PRECISAVA levar. Minha lista tinha de fraldas a comidas, de mordedores ao guarda roupas inteiro da pequena. Claro que assustei o pobre marido, com a quantidade de artigos “necessários”, além das mais diversas questões: como dar banho? Onde ela vai dormir? Como farei para amamentar? E se não der para ir à praia?
Conclusão: um dia antes decidimos ir de fato e encarar a viagem. Paramos três vezes para que a pequena pudesse mamar, tivemos apenas um escândalo durante todo o percurso, fomos uma única vez para a praia e não entramos no mar, não passeamos pela cidade, não saímos para jantar, a pequena dormiu conosco – pela primeira vez em toda sua vida, e foi a melhor viagem que já fiz!
A viagem a praia foi como tirar o band-aid de um machucado: foi rápida, um pouco dolorida, mas trouxe um alívio imenso, como se tivéssemos superado uma fase que abriu portas para novas oportunidades para nós! Foi a primeira vez que percebi que os momentos com os quais sonhei para a nossa família estão acontecendo! Foi um desafio, mas foi bom, muito bom!