segunda-feira, 20 de setembro de 2010

mãe profissional ou profissão mãe?

Antes de a pequena entrar em minha vida, minha rotina profissional era uma loucura, e honestamente me sentia muito orgulhosa por fazer milhares e milhares de coisas ao mesmo tempo. Aliás, essa é uma característica muito forte em mim, sempre faço milhões de coisas, fico exausta, prometo que vou ter mais tempo livre e quando o tenho, preencho-o com mais quatro trilhões de coisas. Enfim, na gravidez quando fiquei de castigo, fui obrigada a viver uma coisa de cada vez, uma semana de cada vez, um dia de cada vez, e comecei a ter mais prazer nessa “vida de roça” e uma espécie de ojeriza da vida que tinha antes.
Ser mãe tem sido minha profissão ultimamente, é um trabalho sem remuneração, horário comercial extenso, pouquíssimo tempo de almoço, sem direito a férias, feriados e finais de semana, muitas vezes é necessário realizar horas extras na madrugada – sem receber adicional noturno, e por incrível que pareça: é o melhor emprego que já tive!
A licença maternidade está acabando, e por mais que as coisas estejam encaminhadas quanto ao que fazer daqui pra frente, o sentimento de estar entre a cruz e a espada é muito forte; pois se me tornar mãe profissional, estarei ficando fora de casa, longe dela o dia todinho, e vou perder os sorrisos da manhã, o chorinho da tarde, as brincadeiras e o rostinho lindo e tranqüilo enquanto mama, outra pessoa vai ver tudo isso em meu lugar, e só de pensar nessa possibilidade começo a chorar. Por outro lado, me sinto culpada, como se jogasse para o alto todo o esforço e empenho que tive na construção da minha carreira.
Essa crise, apesar de apertar meu coração e me desafiar em cada papel que desempenho, tem me ajudado a dimensionar o amor que tenho pela pequena, pela minha família e pelo meu trabalho. Mas e aí? Mãe profissional ou profissão mãe?

(foto: profissaoweb.com)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

conselhos

Hoje, não sei muito bem por que, comecei a lembrar dos conselhos que tenho escutado - acho que as pessoas querem dividir a sabedoria e uma mãe iniciante é um prato cheio, ou melhor, um ouvido cheio para as recomendações.
Ainda na maternidade os “conselheiros” de plantão me informaram que por conta do frio a pequena precisava tomar o Solzinho das 10:00, de repente acharam que o Sol das 8:00 seria melhor, e teve quem achasse que ela não precisaria de Sol nenhum, depois me informaram que ela precisava tomar “banho de susto” (para quem não sabe, como eu não sabia, banho de susto é o ato de assustar o bebê jogando uma tampa de panela na banheira, enquanto a pobre criança toma seu banho!), e me aconselharam interromper a licença maternidade e voltar a trabalhar quando a pequena tinha quinze dias; a verdade é que todo mundo tem uma opinião ou uma solução para o que vivemos. Mas dentre todos os que ouvi, o melhor foi o conselho que uma amiga escutou de outra amiga e contou pra mim: “Siga seu coração!”
No comecinho foi um pouco difícil escutar o coração, afinal a insegurança grita e esperneia dentro da gente que nunca foi mãe. Mas aos poucos – garanto! – o coração começa a falar mais alto. Suas orientações são precisas, e é tão bom quanto um GPS! Sabe aquele manual de instruções que a gente deseja tanto? Sim, é o coração! E cá estou, conhecendo este precioso aliado na aventura deliciosa que é a maternidade; claro que os conselhos são interessantes e divertidos, mas tem sido o coração que tem me ajudado a escolher quais irei seguir!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

vinte e sete mil e trezentos reais

Eis que comecei a sonhar com o aniversário de um aninho da pequena. Eu sei, eu sei, ainda temos nove meses pela frente, mas sonhar faz um bem danado! Então comecei a pesquisar milhares de idéias, e encontrei um blog maravilhoso (que não vou colocar o nome por motivos óbvios!). Na minha inocência solicitei uma estimativa de preço, ressaltando que gostaria de fazer algo simples. Passados alguns dias recebi o fatídico aniversariodapequena.doc... Sim, o valor que está como título deste post, era o valor do orçamento recebido. Minha reação foi cair na risada, afinal a dona do blog só podia estar de gozação! Entrei em contato ainda mais uma vez, na esperança que ela tivesse digitado alguns zeros a mais, mas o valor era esse mesmo! Ah, um detalhe importante que não posso deixar passar: o orçamento era para a decoração! Sem buffet, sem lembrancinhas, sem recreação e todo o resto que uma festinha de criança tem que ter. Apesar do valor ser bastante absurdo para nós, me diverti imaginado o que aconteceria se caso resolvesse seguir adiante, seria algo mais ou menos assim:


CENA 1:
Mãe Iniciante: Olá, boa tarde.
Gerente do Banco: Boa tarde, em que posso ajudá-la?
Mãe Iniciante: É... Então... Eu preciso fazer um empréstimo de R$27.300,00.
Gerente: Sim, claro. A Sra. está comprando um carro?
Mãe Iniciante: Não, na verdade é para a decoração da festa de um aninho da minha filhinha.
Gerente: ... (Fica de cara e não sabe o que responder!)


CENA 2:
Pequena: Mãããããe, passei no vestibulaaaar!!!
Mãe Iniciante: (chorando muito)
Pequena: Mãe, não chora! É uma coisa boa!!! Vou pra faculdade!!!
Mãe Iniciante: Pequena, você não vai poder ir pra faculdade... (agora com a voz embargando)
Pequena: Por quê? (com uma expressão indignada e desacreditando)
Mãe Iniciante: Eu e o seu pai gastamos o dinheiro todo na decoração da sua festa de um ano...


CENA 3 (REAL):
Marido: Alô?
Mãe Iniciante: Oi Amor, a moça me mandou o orçamento...
Marido: Ah, que legal! E aí?
Mãe Iniciante: Ela está cobrando R$27.300,00 pela decoração (dando gargalhadas!)
Marido: Você tá falando sério? Não é possível! (Com tom de indignação)
Mãe Iniciante: Tô sim...
Marido: tu tu tu tu
Mãe Iniciante: Amor? Amor? Amor?
(foto: pt.dreamstime.com)