quarta-feira, 2 de novembro de 2011

o primeiro grande susto

Hoje eu vou escrever, não porque já aprendi e quero compartilhar, na verdade vou escrever porque preciso elaborar e processar os eventos. E quem sabe colocando "no papel" as coisas não ficam menos anuviadas. Sabe quando coisas isoladas se unem e dão forma a uma situação desastrosa?
Bom, tudo começou na quinta passada, não estava me sentindo muito bem, com uma sensação de que estava gripando, mas mesmo assim entrei na piscina com a pequena, pedindo a Deus que ela não ficasse doente por conta da água gelada. Pois bem, quem ficou doente fui eu. Na madrugada lá estava a mamãe iniciante delirando no alto dos 39º de febre.
No dia seguinte me arrastei, mas eu nunca fui boa nessa coisa de respeitar meus limites, e ainda sim tentei dar conta dos meus afazeres, o resultado disso foi a primeira visita ao hospital. A médica me disse que não era nada importante, estava apenas com a garganta vermelha, e que com apenas um antinflamatório tudo iria se resolver. Ok, eu acreditei.
Mas lembra da minha dificuldade em me respeitar? Então, fui trabalhar, preparar coisinhas, passar roupa, fui à igreja, e também fomos para o sítio da vó do papai para celebrar as 92 primaveras dela. Eu ainda não me sentia melhor, não conseguia comer e minha voz estava ficando cada vez pior.
Lá no sítio, a pequena começou a brincar e correr junto com um priminho, eu estava por perto, mas nem sempre a presença evita um acidente (lição nº1), ela pisou em falso, caiu e bateu a testa em uma mureta de cimento; cortou e sangrou feio. Papai acabou se desesperando, mas com calma consegui fazer ele e a pequena se tranquilizarem, e assim fizemos o segundo passeio ao hospital. Ela estava bem, apesar do corte, não perdeu a consciência, não teve vômito e nada de preocupante. Foi feito curativo (pontinho falso), uma série de raio x, e fomos liberados.
Voltando para casa, eu comecei a piorar pra valer. Febrão atrás de febrão, e aí fiz meu terceiro passeio ao hospital, a médica queria me internar para eu tomar a medicação intravenosa e melhorar mais rápido, mas eu preferi vir para casa. Pensa que eu ia conseguir ficar lá longe do papai e da pequena? E "era só" uma faringite bacteriana das bravas, nada que um antinflamatório e dois tipos de antibióticos diferentes não pudessem resolver. A noite passou, todos dormimos bem na medida do possível, a segunda prometia ser cheia de compromissos. Mal sabia o que me esperava...
Pela manhã, depois que a pequena tomou a mamadeira, ela tentou andar e caiu. Tentou ficar em pé, e caiu. Eu a peguei no colo, com o coração já na mão, e coloquei-a em pé, e ela desmontou. O papai tentou a mesma coisa, e de novo ela caiu. Foi o tempo de desmarcar todos os compromissos da manhã e correr para o hospital (visita nº4). Ao observá-la e por conta da batida na cabeça, o plantonista entendeu que o melhor seria interná-la e fazer uma tomografia.
E assim, começou o dia mais difícil que já vivi como mãe. Eu e papai tivemos que assinar uma série de papéis aceitando a possibilidade de óbito, caso fosse necessário o uso do contraste para a tomografia, ou que algo desse errado no momento da anestesia. Fazer o exame, vê-la anestesiada inerte, não vê-la andar e correr como sempre fez e me manter forte para enfrentar tudo isso, não foi nada fácil.
No finalzinho do dia, o resultado do exame chegou para nosso alívio, tudo normal. Aos poucos ela começou a andar e no cair da noite ela já estava correndo de novo. Tivemos alta no dia seguinte com a certeza de que ela estava bem, mas sem saber o que havia acontecido.
Eu ainda não melhorei completamente, e também não aprendi a respeitar minhas limitações como deveria, mas o susto passou, o pior já passou e não estou pronta para outra.
Não tenho uma grande lição, esse post é mais um desabafo, e por isso obrigada pelo ouvido! Já estou melhor...