terça-feira, 26 de julho de 2011

educando em público

É tranquilo educar quando o 'não' aparece com a intenção de proteger seu bebê - agora crescidinho - de possíveis perigos; mas tenho percebido que a pequena palavrinha de três letras é muito difícil de ser dita quando estamos em público.
Veja minha situação: saímos para almoçar fora, e estavamos aguardando a comida chegar quando a pequena em toda sua sabedoria decidiu ficar em pé no cadeirão. Foi proferido o primeiro não. Atrás de mim, estávam algumas pessoas que começaram a nos observar, olhares críticos. Logo mais, a comida já estava servida e a pequena começou a cuspir; meu segundo 'não' soou. E desta vez os olhares se tornaram fixos, e escutei breves comentários. Como a pequena não estava se comportando bem, entendi que ela não deveria ter privilégios tais como tomar refrigerante e brincar com o canudinho que estava sobrando. Meu terceiro 'não', a este o papai disse: por quê? Hunf!
Mais tarde no jantar que acabou sendo na casa da vovó que estava se recuperando de uma cólica renal, a pequena novamente - testando limites - cuspia a comida. Nossa platéia agora era familiar, não menos crítica, e ao ver sua netinha sendo repreendida o vovô saiu de perto bufando, a vovó começou a trazer objetos para distrair e a bisa começou a rir de tudo.
Para a mamãe iniciante aqui, sobrou mais uma vez o papel de bicho papão que insiste querer ensinar sua pequena a se comportar, a ser uma pessoa diferente neste mundo estranho que se apresenta dia a dia, onde o certo e o errado nem sempre são nítidos. Em que a cordialidade e o respeito são itens opcionais e não de série como era há um tempo atrás.
Quando era criança meus pais diziam 'não' e era assim simplesmente, eles não tinha a obrigação de explicar o motivo, era mais feio ter um filho que se comportava de forma vergonhosa, do que ter vergonha das crises de frustração, as quais os pais cedem e concedem as vontades dos pequenos reis e rainhas que ainda usam fraldas. O papel de bicho papão é dolorido, sem graça e muitas vezes chato de mais! Mas sei acima de tudo que a pequena precisa entender que a vida exige que a gente saiba se comportar adequadamente em cada situação, e eu como sou a mamãe dela (e o papai também tem essa responsabilidade) preciso ensiná-la a se portar.
Educar em público implica em fazer de conta que estamos na privacidade do nosso lar, e ter uma habilidade descomunal de não se importar com o que estão dizendo de você.